O inferno dos possíveis amedronta. A possibilidade dos caminhos a serem tomados, das ruas atravessadas, sem saber onde chegaremos. E pra muitos importa somente ir rapidamente, para ver e chegar no destino o quanto antes.
E novamente vos digo: glu-glu-glu.
O possível não é um grande material de estudo, mas é uma das coisas convive-se mais intensamente pois somos seres altamente capacitados a idealizar, a (in)decidir. Também somos seres com grande abilidade de acumulação de culpa sobre si mesmo. O possível se torna um círculo infernal então.
O pão que poderia ter queimado, a carro que poderia ter batido, o emprego que poderia ter sido achado ou perdido, a página do jornal que poderia ter interessado, a meia que poderia ter saído da gaveta, a rua que poderia ter sido percorrida, a música que poderia ter sido conhecida, a dança que poderia não ter sido aprendida, o cineasta que não deveria ter morrido. Mas junto à acumulação de culpa, podemos ser condicionados a ter sorte, receber uma ligação de Deus ou possuir senso mental (depende do seu modo de pensar) pra escolher o quarteirão a ser tomado. Mas o que importa é que não dá para saber o maldito caminho e o local de destino. Somos míopes sem lentes.
Cuidado, senão os carros atropelam.
Glu-glu-glu.
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