No meio do dia aparece um pontinho no rosto. Ele fica lá, mansinho, até você percebê-lo. Depois que você o percebe, ele se alimenta de sua expectativa dele não crescer e cresce. Cresce e você sente que de repente o rosto transforma-se em uma manteiga enorme. Com sal.
Aquilo vai crescendo até que você vira apenas aquilo. Sim, ao invés de uma barata você vira uma espinha. E todos te olham na rua.
Tentei entrar no ônibus, mas era redonda e inchada demais para conseguir. Daí fui rolando pela rua até minha casa. Todos achavam estranho uma espinha gigante por aí e reagiam das mais diferentes formas, principalmente fingindo que não está olhando. Sim, porque sempre que uma pessoa não aparenta ser de uma maioria a gente não olha para ela. Afinal, olhar é constrangedor pra você e pro outro.
Com muito esforço, cheguei em casa. E não era mais uma espinha. Acordo do delírio e percebo que foi tudo um surto exagerado adolescente vindo de um projeto de adulto desacostumado com tais mazelas.
domingo, 28 de setembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
esse ano, eu virei furunculo, até agora, uma média de 1 vez por mês.
espero que, até o fim do ano, essa média diminua para uma vez a cada 36,5 dias.
Postar um comentário