sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Os livros de nossa vida e o tempo

É um costume de nossa cultura: declarar leituras, trabalhos e diversões (ao mesmo tempo) a fazer nos fins de semanas, feriados ou férias. É um fenômeno físico que o tempo aumenta sua duração nos fins de semanas, feriados e férias - quando ele é um tempo futuro, não presente. E é um fenômeno biológico que nós achamos que esse tempo é realmente grande para realizar um milhão de promessas feitas durante a semana.

A combinação entre diversão, trabalhos e estudos têm efeitos colaterais muito fortes, também biológicos e físicos. Quando um ser humano programa-se uma variedade de coisas a fazer em dias "não-úteis" ele na realidade poderá sofrer, ainda que tardiamente, de preguiça e cólica cerebral.

Os efeitos físicos são que essas combinações com o tempo presente provocam um passar das horas rápido: aceleração de 67,38% quando comparado à hora comum de 60 minutos. Isso é um ladrão temporal, que nos rouba o tempo anterior pretendido que era expandido cerca de 38,49% quando comparado á hora comum - o que nos possibilita ter cólica cerebral durante a semana.

Então, resolvemos um desafio dado, e com classe.

"E, em Buñuel, o tempo não se faz menos presente, embora mais como filogênese, periodização das idades do homem (não só explicitamente em L'Age d'Or, mas em Via Láctea, que recorre a todos períodos perturbando-lhes a ordem."
Gilles Deleuze, "Cinema1: a imagem-movimento", editora brasiliense, 1985. P. 161, 5a. frase.

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